domingo, 30 de dezembro de 2012

POR QUE COISAS RUINS ACONTECEM A PESSOAS BOAS? - Facebook Caio Fabio D'Araújo Filho



Há não muito tempo atrás foi lançado um livro cujo titulo levantava a questão de por que coisas ruins acontecem a pessoas boas.
Dei apenas uma olhadela no livro. Francamente não me interessou por uma simples razão de ordem invertida. Para mim a grande surpresa, num mundo caído—ou seja: marcado pelo pecado e existindo em caoticidade—é justamente o oposto: por que ainda acontecem tantas coisas boas com gente de todo tipo?
A questão proposta no livro é plausível apenas para quem não vê a vida com realismo bíblico.
Adriana o demoliu com apenas uma pergunta: Por que Coisas Boas Acontecem Ainda a Nós?
Esse mundo jaz no maligno e seus habitantes “conscientes de si”—os humanos—são a grande praga e maior razão de morte no próprio planeta.
A leitura da Bíblia nos chama desde o início para essa cruenta realidade da existência.
Depois de Gênesis 3 acabam-se as leituras fabulosas sobre a condição humana. A seqüência inteira nos esmaga: Caim mata Abel, os poderosos começam a determinar o destino dos demais, instrumentos cortantes são inventados, a maldade se espalha pela terra—o Diluvio cai sobre a humanidade!
O que se segue é igualmente marcado pela dor. Ser Abraão só é romântico para quem não tem que experimentar o que o patriarca experimentou.
O mesmo se pode dizer de praticamente todos os personagens bíblicos.
Os livros de sabedoria—Jó, Salmos, Provérbios e Eclesiastes—não abrem espaço para que nenhuma idéia de que a benção de Deus impede a calamidade.
Tudo acontece a todos!
O que resta é saber o que cada um faz com o mal ou com o bem. Assim, há males que produzem bem, no ser. E há bens que introduzem o mal, também no ser.
Jesus foi absolutamente claro acerca desta questão:
1. A calamidade sobre alguns deveria convocar a todos ao arrependimento--como no caso dos galileus mortos!
2. Nós somos maus, apesar de às vezes fazermos coisas boas a quem amamos--os filhos!
3. O tratamento “bom”, como qualificação, somente cabe em relação a Deus--como no encontro com o jovem rico!
4. Até o mal congênito pode se tornar algo bom, para a gloria de Deus--como no caso do cego de nascença!
A lista poderia ser interminável!
O restante da revelação insiste na mesma ênfase. O Apocalipse nos leva trêmulos [...] pelas veredas sombrias e angustiantes do “futuro”.
Portanto, a surpresa é o bem e o bom ainda nos alcançarem na terra.
Talvez seja pela ausência dessa consciência que nos sentimos abandonados por Deus quando a calamidade muda o endereço da porta do vizinho para a nossa.
Mas quem tem essa consciência e ama a Deus na realidade da vida, não se assusta mais; e nunca se vê abandonado por Deus porque dói.
Dói mesmo!
Mas e daí?
No mundo tereis aflições...
E elas podem vir com caras as mais diversas.
A recomendação é bom ânimo. Jesus venceu o mundo, mas fez isso passando pelo sofrimento.
A galeria dos homens e mulheres de e da fé em Hebreus 11, nos põe cara a cara com os esmagadores fatos da existência. Entretanto, adverte que sem fé é impossível agradar a Deus.
Tudo pode acontecer a todos!
Mas a fé não é de todos!
Se você tem fé apesar de tudo, agradeça. O que de melhor pode acontecer a um ser humano na terra aconteceu a você. Afinal, você crê. E sem fé é impossível agradar a Deus!
Então, felicidades!
Bem-aventurados os humildes, os que choram, os mansos, os famintos de justiça, os perseguidos e os que se ocupam de lutar pela mais perdida de todas as causas da terra: promover a paz!
O segredo de tudo é a gratidão. E a gratidão só surge quando as “perdas da terra” são consideradas por nós como adubo para o ser!
Tudo depende de onde está o seu tesouro!
Caio

EU SOU MUITO COMPLICADO

EU SOU MUITO COMPLICADO... (Cáio Fábio via evernote.com)

Sim, sei que sou...
Pois prefiro gastar dinheiro num bom jantar com a família toda reunida... do que pelo mesmo valor comprar o que quer que seja...
Porque se posso invisto em memórias, em oportunidades que os que eu amo nunca mais esqueçam, do que dando presentes...
Pois privilegio qualquer momento/eterno... ao invés de interrompe-lo para tirar uma foto...
Porque gosto mais de trabalhar cedo e fazer tudo que seja minha responsabilidade logo... a fim de ter tempo para o que eu aprecio.
Pois meu prazer maior é dar prazer ao invés de buscar o meu prazer...
Porque prefiro perdoar do que ter razão...
Pois aguento muito contra mim, mas não suposto quase nada quando é contra os outros...
Porque prefiro ouvir a pior verdade... do que viver “feliz” em qualquer fantasioso engano...
Pois escolho sempre o que creio ao invés de optar por aquilo que me dá vantagem...
Porque aguento muito mais esperar os atrasados do que fazer quem quer que seja me esperar...
Pois prefiro a solitude serena do que as festas e as agitações...
Porque gosto mais da minha própria companhia do que da companhia dos muitos e indecisos...
Pois andar sozinho me é mais produtivo do que fazer-me acompanhar de distraídos...
Porque aceito muito melhor ser traído do que viver a dor de trair alguém...
Pois acolho a dor sincera melhor do que os festivais das irrealizações...
Porque aprendo mais só do que ouvindo mil opiniões...
Pois não busco adesões, mesmo quando isso faria a minha vida mais fácil...
Porque para mim qualquer leitura bíblica solitária me edifica mais do que uma reunião de mil especulações...
Pois sou cauteloso embora não sinta medo de nada que não seja racional...
Porque só consigo vestir uma roupa que reflita a minha alma, do que possuir grifes caras que não se comuniquem com a minha existencialidade...
Pois abomino fazer compras, apesar de gostar de ver as pessoas felizes com o que de útil tenham adquirido...
Porque não sinto falta de socialização, mesmo que ame ver as pessoas felizes por se encontrarem umas com as outras...
Pois não sei gargalhar, embora ame sorrir...
Porque não consigo sentir inveja de ninguém...
Pois me alegro com a alegria genuína das pessoas até mais do que da minha própria...
Porque encaro a morte com simplicidade, ainda que entenda a dor dos que não conseguem consolar-se...
Pois gosto de gente humilde muito mais facilmente do que aprecio a companhia dos sofisticados...
Porque não creio nas alegrias do mundo...
Pois não venço quando ganho uma disputa, mas apenas quando alguém entende o que tento comunicar...
Porque prefiro ter um lindo e simbólico sonho noturno do que ler um livro de dia...
Pois prefiro dar meios de compreensão para meios filhos ganharem a vida do que deixar-lhes heranças materiais...
Porque leio na mesma Bíblia há quarenta anos, e não a troca por nenhuma nova impressão de texto...
Pois amo abrir portas para os outros muito mais do que abrir portas para mim mesmo...
Porque quanto mais abro mão, mas enxergo minhas mãos fechadas...
Pois amo saber que alguns entenderam... do que viver da adulação de multidões que nada compreendem...
Porque se me dissessem que o mundo iria acabar hoje... ainda assim esperaria o final de olhos bem abertos...
E por um bilhão de outras coisas... sei que sou esquisito.
Sim, por muitas outras razões é que sei que sou quase totalmente inadequado ao que todos chamam de sadio e de normal...
Ora, é tão grande a minha anormalidade que é melhor eu parar por aqui...
Nele, em Quem busco ser... embora eu seja apenas como sou, ainda que Nele me perceba crescendo todos os dias,
Caio
29 de dezembro de 2012
Viajando...