sexta-feira, 20 de julho de 2012

MILAGRES?

   O que será que significa mesmo servir ao Senhor?
   Qual será o significado de fazer sua obra?
   Como identificar alguém que foi usado por Deus?
   Pra mim isso tem se tornado difícil de responder.
   Por que a dificuldade?
   Simples, por tudo que temos visto e ouvido por aí.
   Um exemplo gritante é o de pastores, ou que se dizem pastores, que manipulam a fé dos fracos, a fé dos necessitados, a fé dos ignorantes. E não é só no Brasil que isso acontece, não é só no Brasil que há "pastores" enriquecendo às custas de infelizes. Esta barbárie tá girando o mundo todo, de norte a sul, pelos quatro cantos do planeta.
   Um dia desses, eu, já lá pelas tantas da madrugada, resolvi assistir um programa de televisão intitulado Mama África, e naquele dia iriam documentar sobre um certo homem congolês que se intitulava o profeta das nações; seu nome? Denis Lessie. No Congo ele é o cara. Ouvi várias declarações suas, entre elas:
- Sou o homem usado por Deus para levar o evangelho a todo o mundo;
- Todo o mundo irá saber quem sou, todos saberão pronunciar meu nome;
- De tudo que vocês estão vendo que fiz, eu ainda farei mais, muito mais, farei muito mais do que Cristo fez;
- Os reis da França e da Bélgica, ficarão loucos para me conhecer e apertar minha mão;
- Até agora só ha uma coisa que Cristo fez e eu não: ressuscitar pessoas; mas, em breve, farei isso acontecer;
- Quando minha morte acontecer, todo o mundo irá ficar extasiado. Assim como ficaram ao saber da morte do Papa. Todos irão querer estar no meu enterro; haverá disputas de lugar; não terá espaço pra tanta gente.
   Entre outras tantas bobagens ditas, foi mostrado que além de ser o profeta das nações, como ele mesmo se intitula; é, também, dono de uma rede de televisão, nzondo tv; e ministro de Estado do governo Congolês.
   Mas isso tudo não teria me chamado a atenção, e teria passado desapercebido, pois, aqui no Brasil eu vejo os intitulados pastores envolvidos em teorias enriquecedoras, em coisas maleficamente gospel e absurdas em nome de um cristo falho. Como disse, isso tudo não teria me chamado a atenção se não fosse por uma mulher que surgiu no meio do documentário, cabisbaixa, com o olhar esperançoso e a alma, por tudo que vi, aliviada.
   Essa mulher surgiu em meio à multidão e foi logo levada ao palco. De acordo com o profeta, aquela mulher que havia chegado ali, para a realização daquele mega culto, possuidora do vírus da AIDS, havia sido curada naquele mesmo instante. Ele, o profeta das nações, fez a mulher andar pelo palco; usou algumas frases de efeito; fez o povo pular de alegria, pois Cristo havia operado naquele instante; e fez a mulher sentir a alma, o fardo, a vida, mais leve. "Pronto, estou curada!".
   Não satisfeito só com aquele momento, o documentarista foi ter com a mulher que fora, de acordo com o profeta, curada do vírus da AIDS. Em meio à entrevista, a mulher andava pra lá e pra cá; lavava louças; estendia roupas no varal de sua casa; preparava o almoço e, confiante, não deixava de exaltar o poder do profeta: "É por isso que estou nessa igreja. Dou meu dízimo de forma correta. Às vezes, dou até mais do que os dez por cento. Vou ter uma vida boa daqui pra frente. o Senhor, através do profeta, me curou; vou trabalhar mais para poder aumentar as minhas ofertas. Estou curada, graças a Deus!"
   Para provar a todos que o profeta a havia curada, talvez por insistência do repórter, a mulher resolveu realizar exames de detecção do vírus do HIV; queria mostrar para todos que o Senhor, através de seu profeta, a tornara uma pessoa sã. Chegado o grande dia de pegar o resultado. Ela, confiante, não se cansava de dizer: "Estou curada. O profeta, usado pelo Senhor, assim o fez. Fiz os exames para mostrar a todos o poder que há no profeta. O Senhor me curou. Sou uma nova mulher, agora. Vou trabalhar mais ainda para o homem de Deus. Estou fazendo esse exame só por fazer mesmo, pois, pelo profeta, fui curada. 
   Chegando à sala do médico, o qual daria o resultado, acompanhada por uma obreira do profeta, sentou-se de frente para o médico e disse-lhe:"Doutor, nem precisa abrir este envelope, estou curada; o profeta orou e me curou. O senhor irá abrir isso aí por perda de tempo pois, em nome do Senhor, estou curada, eu sei disso. O Doutor sem esboçar nenhum tipo de admiração pelo que dizia a mulher e, em meio ao seu profissionalismo e um tanto de incredulidade estampada em seu semblante, abriu o envelope, leu atentamente, olhou firme para a paciente, impacientemente confiante e falante, e lhe deu a notícia: "Minha senhora o teu exame de positivo. A senhora, ainda, está com o vírus da AIDS.
   A mulher, finalmente, calou. Olhou firme para o médico, aguardou um instante e voltou a falar: "O senhor não está enganado? Eu fui curada pelo Senhor. O profeta me disse isso; ele me curou! Leia novamente, doutor!". 
   O doutor, mais uma vez lhe disse: "Minha senhora, não há engano, a senhora ainda está com o vírus HIV; os testes deram positivo para a presença do vírus!".
   A mulher calou-se definitivamente e, olhando fixo para o nada, sua alma se enegreceu a olhos vistos. Tudo ao seu redor redor desabou. 
  Em meio ao silêncio profundo que se apoderou daquela mulher, outrora falante, a obreira do profeta, insuportavelmente evangélica, começou o seu parlatório; procurou incutir na descrente, agora, de tudo, que o médico estava enganado, que ele não entendia das coisas do Senhor; que tudo aquilo era uma provação para ver se realmente ela merecia a cura imposta pelo profeta. O inimigo estava agindo naquele momento para desanimar e desacreditar no milagre que havia ocorrido. dizia a mulher irritantemente:"Minha filha, o Senhor te curou; não creia neste médico, ele não sabe o que diz; ele está sendo usado para te provar; o profeta disse que você estava curada e você está curada. Deus está te provando para ver se você realmente tem direito a esta benção. Não caia na tentação do inimigo, ele está usando o médico para que você não acredite e perca a benção!".
   A mulher, novamente com a AIDS em seu encalço, se tornou surda, muda e cega. Não ouvia nada daquelas baboseiras ditas pela insuportável obreira. Não conseguia mais emitir uma palavra sequer em meio à sua desilusão espiritual. Não vislumbrava mais nenhum tipo de solução para a sua vida. Não fora curada. E, com um imenso close nos olhos daquela mulher, agora descrente de tudo, apática, o jornalista encerrou seu trabalho.
   Denis Lessie, o profeta das nações, continua em sua caminhada rumo ao estrelato. Continua com sua rede de televisão. Continua juntando multidões em suas campanhas de cura e muita grana. Continua com o objetivo de se tornar maior que Cristo. 
   A mulher, a aidética curada, continua com sua AIDS incurável e sua pobreza de espírito aumentada.
   E o mundo continua no maligno! (meu desabafo)
   Ai daqueles por quem o nome do Senhor é envergonhado!
   Quem pode me dizer o que é servir ao Senhor? 


quinta-feira, 5 de julho de 2012

PAPAI RADICAL!

            Sou pai; e, como muitos, me preocupo bastante com a criação que devo dar às minhas duas filhas. 
          Fui criado num lar cristão. Meu pai sempre leu a Bíblia; minha mãe sempre foi à igreja, em especial nas escolas dominicais; minha irmã mais velha reunia todos de casa para o estudo diária das revistinhas. 
           Resumindo, nasci crente e permaneço nos caminhos do Senhor, sempre em busca do perdão diário.
         Como iniciei este post, tenho me preocupado muito com o que devo ensinar às minhas nenês, para que, quando crescerem, nem pensem em se desviar do Caminho. 
        Um belo dia desses recebi da escolinha de minha filha mais velha, 3 aninhos, um bilhetinho onde nos alertava da aproximação das comemorações das festas juninas, a autorização que deveria ser assinada, o dinheiro que deveria ser enviado e as roupinhas, típicas, que deveriam ser vestidas na criança. 
      Não pensei duas vezes: Meu amor, disse eu à minha Adorável Esposa, não quero minha filhota envolvida nessas comemorações!
           Fui radical? Fui rude com minha esposa? Não pensei na diversão da criança?
        A meu ver não fui radical, pelo contrário, fui sensato. Não fui rude com minha esposa, fui direto. Jamais vou atrapalhar minha filha de se divertir como criança; quero que ela cresça saudável.
        Proibi minha Bebê de participar dos festejos juninos por não querer que ela se desvie, quando crescer, dos Caminhos do Senhor.
         Você pode pensar que estou sendo exagerado e cruel com a criança. Eu te respondo que não, estou sendo um pai preocupado com sua salvação; estou exercitando o que a palavra de Deus diz: ensina o caminha em que a criança deva andar e, quando crescer, jamais se desviará dele. Por esta razão de fé é que minha filha jamais terá minha autorização para andar pulando ou dançando ou, até mesmo, brincando de festa junina. Dependendo de mim, ela irá trilhar as boas aventuranças do Senhor; irá aprender a buscar, diuturnamente, às maravilhas do Reino de Deus; terá em seu coração o desejo de estar na presença do Deus Eterno.
       Deixá-la participar dos festejos juninos é concordar com tudo que vai contra a Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada. 
       Quero que minha Bebê adore a Cristo em toda sua Plenitude. Quero que minha filha conserve seu nome no Livro da Vida. Quero que minha filha seja uma verdadeira adoradora do Deus Vivo. E ensinando-a a dançar quadrilhas; ensinando-a a usar vestidinhos característicos; ensinando-a a pular fogueiras; ensinando-a a ter as bençãos de Santo Antônio, para arrumar um bom casamento estarei, na verdade, entregando minha nenê para o dono deste mundo, estarei empurrando minha filhota para bem longe dos caminhos do Senhor.
       Se isto em teu ponto de vista é ser radical e cruel, serei radical e cruel mas terei minha filha salva e louvando ao Deus Vivo, eternamente.

Naquele que me conduz!